domingo, 12 de maio de 2013

MÚSICA RAIZ E O VIOLÃO - Música do próprio lugar - Música original - Música sertaneja - Música popular brasileira - Violonista Nivaldo visita assentamento Nova São Carlos e toca para estudantes enquanto trabalham em mutirão para construção de casa ecológica, aplicando o conceito de arquitetura vernacular, que tem o mesmo significado de "raiz" e "próprio lugar" - Em São Carlos-SP


Música raiz e arquitetura vernacular tem sentidos parecidos e combinam muito bem
Eu e o Nivaldo, o violonista Leopardo, fomos a pé e, antes
de chegar, o violão foi afinado, quando aproveitei para tirar
uma foto. Nivaldo é tocador de música raiz e já participou
de vários eventos e concursos em São Carlos-SP.



A visita
O violonista Nivaldo de Brito, conhecido nos meios musicais, sertanejos e populares, como Leopardo, visitou ontem, 11 de maio/2013, a continuidade das obras da construção de uma casa ecológica realizada por um grupo de estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Usp de São Carlos.

Os estudantes, voluntários e moradores do lote beneficiado trabalharam 2 horas ouvindo música sertaneja e popular, ao vivo !!



Música raiz e trabalho também combinam !!

Estamos chegando no lote do Gilson e da Mary.
O micro-ônibus dos estudantes está estacionado na frente.
Estão vendo quanta madeira de eucalipto há à volta para
ser utilizada na construção da casa ecologicamente
correta ? Até o capim vai ser aproveitado !!....
Então, pra quê trabalhar para a indústria e o
 comércio para ter dinheiro e depois comprar
tijolo, areia, cimento e tudo o mais que
prejudica o meio ambiente ?....

Nivaldo, o Leopardo, cantou e tocou animadoramente com o seu violão Waldemar, enquanto os estudantes, os da casa e dois visitantes voluntários terminavam a construção do barracão de obras e transportavam os palets para o seu interior. O trabalho em mutirão normalmente já rende bem, mas desta vez o tempo passou rápido e muitas atividades foram feitas.


O violonista, cantor e compositor nasceu aqui perto, em Brotas, a mesma cidade onde nasceram João Paulo e Daniel. Brotas, e região, é berço de cantores, tocadores e compositores de música raiz.

Olha aí o barracãozinho. Uma metade dele já está sendo
usada para guardar os palets e a outra ficará reservada
para trabalhos em dias de chuva. Para manter uma ligação
com os sem terra, o barracão, que é provisório, foi feito
de madeira e coberto com plástico amarelo.

Arquitetura e música raiz
O encontro foi muito auspicioso, pois os estudantes universitários estão praticando teorias que aprendem na universidade sobre a arquitetura vernacular. Esta modalidade de arquitetura estuda as construções que são feitas pelos povos antigos e recentes, quando utilizam "materiais raiz", do próprio lugar, como gelo para a construção dos iglus, barro e varas para a construção de casas de pau-a-pique ou adobões, para a construção de paredes das casas do interior da Bahia e outras regiões. Em todo o mundo, há exemplos de construções, incluindo pedra, bambu, madeira, barro, terra, ramos e outros. A similaridade do conceito com a música do próprio lugar é muito grande.


Todos participarem
E então foi só alegria !!....Enquanto os estudantes
 trabalhavam, Leopardo tocava e cantava músicas
populares de raiz e sertaneja. Todo mundo adorou !!
Olha o tocador ao fundo, no lado superior direito.
Os sem terra assentados estão sendo convidados a participarem nos mutirões para aprenderem a construir a própria casa, com materiais encontrados no próprio assentamento e alguns reutilizados que podem ser trazidos de perto, como os restos de palets.

Festa junina com música ao vivo
Nivaldo, com seu entusiamo pela música sertaneja, deu aos estudantes uma ótima idéia : podemos programar uma festa junina no lote do Gilson e da Mary, ou no barracão quando, então, ele e outros tocadores viriam para animar a festa. Fogueira, pipoca e quentão - que são também "costumes de raiz" - vão combinar muito bem com a música sertaneja e a casa ecológica feita com palets, madeira e barro. Quando terminar, a primeira casa do projeto vai ficar muito bonita e funcional.

Compadre Nivaldo também gostou muito de tocar para
os estudantes. Ele foi filmado, gravado e posou
especialmente para esta foto, pertinho do barracão e
diante da garrafa de café, a água e o lanche.
"Eita tarde gostosa", assim exclamou !!

Venha aprender !!
Excluindo o mês de julho, durante o qual os estudantes estarão em férias, todos os sábados à tarde eles estarão lá no lote da Mary "mandando ver" no ritmo da construção. Vai lá você também, ajude um
pouquinho e aprenda esta ótima técnica que, além de muito barata, é plenamente harmônica com a natureza e o meio ambiente !!


O Incra e as casas ecológicas
Precisamos de alguém que possa comentar abaixo e esclarecer se o Incra permite a aplicação do dinheiro do empréstimo para a compra dos materiais destinados à construção da casa própria em mão de obra e em alguns materiais comprados - como por exemplo, captadores solares de energia, roda d`água e moinho a vento - para a construção de casas ecológicas. Seria ótimo pois, assim, as famílias assentadas teriam, também, uma casa sustentável, com obtenção de energia elétrica, e talvez água, diretamente da natureza em sua volta. No conceito da arquitetura vernacular, entram também as energias, alimentos e utensílios que possam ser obtidos ou feitos pelas pessoas que moram no lugar, e usando materiais e energias do espaço onde vivem. A música raiz dá o toque final, quando os moradores cantarolam alegremente enquanto produzem as próprias coisas. Isso, sim, é qualidade de vida !!

Produzido e editado por Luiz Spinola - 12/maio/2013 - "No dia das Mães !!....Fazendo casas com as dádivas de nossa Mãe Natureza !! - Como presente a ela, a nossa vontade e a nossa ação de vivermos sem depredar os seus recursos" !!


Clique abaixo e conheça a reportagem do primeiro dia !!
ASSENTAMENTOS HUMANOS SUSTENTÁVEIS....

Para conhecer mais sobre as atividades dos Sem Terra em São Carlos-SP, procure nos MARCADORES, à direita.


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O Capão das Antas - blog foi criado para você conhecer os projetos dos sem terra para conquistarem parte da fazenda da prefeitura (Capão das Antas) para a reforma agrária. Acreditamos que lá é possível a prefeitura implementar um projeto modelo de assentamento ecológico, agro-florestal e sustentável. Sugeriremos, ainda, que na mesma área poderão ser construidos um Quintal Didático, como complemento aos espaços verdes das escolas de São Carlos e um Centro de Pesquisas Científicas. Vai lá conhecer !!


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quarta-feira, 1 de maio de 2013

COMO FAZER BIOFERTILIZANTE - Como fazer em tambores - Como produzir em bombonas - Método caseiro e simples - Fermentação de materiais orgânicos dentro da água - Adubo líquido e defensivo natural - Ensinado no segundo mês do Curso de Olericultura Orgânica, no assentamento Nova São Carlos, em São Carlos-SP


No segundo mês do curso de Olericultura Orgânica, no qual estão participando vários assentados e assentadas, o professor Diego ensinou como fazer fertilizante líquido em tambores.

O método abaixo não foi exatamente o que o professor ensinou. No curso prático há mais detalhes instrutivos, além de você participar na preparação do biofertilizante e aprender mais.

O curso está sendo ministrado no lote da Maria Marruá, é subsidiado pelo Senar, o Sindicato Rural e apoiado pela Prefeitura de São Carlos.


Um modelo aberto, com adição de farelo dentro de um saco
(não foi ensinado abaixo) e outro modelo lacrado, para
monitorar a fermentação do biofertilizante líquido.
Como fazer fertilizante líquido orgânico - modelo simples -, em passos :

Passo 1 - Local : se for no tempo do calor, é conveniente o tambor (ou bombona) ficar em um local sombreado. No tempo do frio, para apressar a fermentação, deixe o tambor em local de bastante sol.

Passo 2 - Encha um tambor de mais de 200 litros com água até um pouco mais da metade.

Passo 3 - Complete até uns 15 cm da boca com capins e folhas verdes diversas. Quanto mais verde, melhor, pois produzirá mais nitrogênio e outras substâncias benéficas. Enquanto vai enchendo com capim e folhas verdes, pressione para conter uma boa quantidade.

Passo 4 - tampe com a tampa original ou qualquer material que não deixe entrar moscas. Neste modelo mais simples não é necessário vedar.
O capim napie, por exemplo, pode ser utilizado tanto
para a produção de composto de pilha, como na mistura
dos materiais orgânicos para a produção de biofertilizante
líquido.

Passo 5 - Aguarde aproximadamente 1 mês. O biofertilizante estará pronto para ser usado. Basta coar em com uma peneira ou pano fino.

Passo 6 - Como aplicar nas plantas : Como adubo para hortaliças, dissolver na proporção de 1:3, ou seja, uma porção da solução nutritiva diluida em três porções de água. Por exemplo : dissolva 10 litros de biofertilizante em 30 litros de água. Dois dias antes da colheita é aconselhável regar as verduras com água pura.
Como defensivo natural de pragas e doenças : dissolver na proporção de 1:1 ou 1:0.5. Por exemplo, para garantir maior proteção, dissolver três litros de biofertilizante em 1,5 litros de água.

OBS : O tipo de fermentação que ocorre na produção do adubo líquido orgânico é a anaeróbica, aquela que acontece sem a presença de ar(oxigênio). Ocorre, então, uma fermentação pútrida, de um forte cheiro, que algumas pessoas acham desagradável e que vai diminuindo à medida que o tempo vai passando. Mas isto não é prejudicial às plantas. Ao contrário, são substâncias nutritivas, enzimáticas e repelentes que só nutrirão as plantas adequadamente e as protegerão de muitas pragas e doenças. Se você quiser evitar o cheiro nas mãos, use luvas de borracha e utensílios  para a manipulação, de tal forma a evitar contato com o corpo ou cair respingos na roupa de trabalho.


Modelo 2 - Tambor com torneira e indicador de fermentação

Este modelo é igual ao anterior, mas com alguns aperfeiçoamentos :

Este modelo de digestor para produção de adubo natural
líquido foi feito no curso. Ele é totalmente vedado e o gás
produzido na fermantação passa pela torneirinha e vai
para o fundo de uma vasilha plástica transparente. com água.
Quando terminar as borbulhas, depois de uns 30 dias,
o líquido estará pronto para ser utilizado nas plantas.

Passo 1 - Instale uma torneira/registro de 3/4" na parte inferior do tambor, a 15 cms do fundo. Desta forma, você poderá coletar o biofertilizante sem qualquer contato manual.

Passo 2 - Logo no terceiro dia, em tempo de calor, após ter sido enchido o tambor, a fermentação interior da matéria orgânica começa a produzir três gases principais : metano (que é explosivo), gás carbônico e gás sulfídrico (que dá o odor mal cheiroso). Estes gases podem ser utilizados para monitorar o processo de fermentação e se a solução já está pronta para uso. Para isso, fechar a tampa hermeticamente, utilizando, se necessário, massa plástica de vedação, ou algum material vedante natural. Faça um furo na tampa de tal forma a passar uma pequena mangueira, de aproximadamente 80 cm. O outro lado da mangueira vai para o fundo de um vasilhame transparente cheio de água. Quando se inicia a fermentação, os gases produzidos vão empurrando o ar dentro das proximidades da tampa até sairem pela mangueira, fazendo borbulhas na água limpa. Assim, você monitora todo o processo. Se está lento ou acelerado, por exemplo : de dia, na parte da tarde, borbulha muito e de madrugada borbulha bem menos. Quando parar de sair bolhas no mecanismo de monitoração é porque a fermentação terminou e o biofertilizante está pronto para nutrir e proteger as plantas.

OBS : Os gases metano e o gás carbônico não são favorávies ao meio ambiente, pois contribuem para o efeito estufa. No entanto, as quantidades são relativamente pequenas e as vantagens ambientais indiretas compensam, pois você não estará utilizando produtos industrializados, que por mais "sustentáveis" que sejam, sempre prejudicam o meio ambiente, pois exigem extração, transportes, indústrias e comércios. Tudo isso requer muitos recursos da natureza. O problema pode, ainda, ser amenizado deixando o biofertilizante líquido mais para a adubação nitrogenada de verduras folhosas e como defensivo natural. Então, para não precisar produzir muito deste fertilizante natural, que também produz gases indevidos, adube mais fortemente os canteiros e covas com composto orgânico resultante de fermentação aeróbica (esta não produz CO2 e metano). Ver à direita, em MARCADORES : "Composto de pilha", da aula anterior.


Modelos 3, 4.....

Esquema ilustrativo de um biodigestor : ele
produz fertilizante líquido natural, além de
chorume e gás para fogão, lampião e motores.
Há algumas outras formas se se fazer adubo e defensivo natural líquido. Vamos descrever resumidamente alguns, mas a sua criatividade poderá "bolar" outros ou variações dos modelos existentes.

1 - Os biodigestores são construções maiores para também se aproveitar o gás metano, que é canalizado para a cozinha ou para acionar motores a gás. Os biodigestores são molelos maiores, vedados e controlados para produzirem biofertilizante líquido, adubo sólido e gás metano. Até o gás carbônico pode ser separado para climatizar estufas especiais que produzem melhores verduras com o aumento do gás carbônico no ar quase parado da estufa. Como existem vários modelos de biodigestores, consulte este site sugerido :
Biogás - passos para construir.... . Saiba mais pesquisando em sites de pesquisa. Digite, por exemplo : Como fazer um biodigestor simples.

2 - Alternativas para enriquecer a massa orgânica em fermentação : Diminuir um pouco a quantidade de capins e folhas verdes e misturar também : 2 kilos de farelo de arroz ou 4 de trigo. Pode-se enriquecer , ainda mais, com a adição de 1 k de fosfato de rocha, fosfato natural ou fosfato de Araxá. Normalmente, os solos brasileiros são deficientes deste mineral. Ele também ativa a ação microbiana.
O tambor também pode ser enchido com esterco verde de gado ou cavalo, água e outros materiais biodegradáveis. Há muitas variantes nestas fórmulas. Por exemplo, se você vai irrigar covas de tomateiros, que são exigentes em magnésio, deverá colocar no tambor apenas folhas de mamona, que são ricas neste mineral. Pesquise mais, digitando, por exemplo : "materiais orgânicos para fazer biofertilizante líquido".



Obs : as informações acima são apenas ilustrativas e complementares. Não são exatamente as mesmas transmitidas no curso.
É fácil plantar uma roça de mamona. Suas folhas
enriquecem o biofertilizante líquido e o composto com
o mineral magnésio, muito importante para muitas
plantas produtivas. As mamoneiras também repelem moscas
e as suas sementes podem ser vendidas.

Você pode ir no lote da Maria Marruá participar eventualmente das aulas práticas. Você dá uma ajudinha no mutirão e aprende muito, além de participar no convívio amigável. O almoço e o lanche são fornecidos na quantia certa para os alunos inscritos. Então, é bom você levar a sua marmita. Vai lá !! (pergunte quando, pois são dois dias inteiros por mês)

O curso de Olericultura Orgânica é oferecido gratuitamente pelo Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em parceria com o sindicato Rural e com apoio da Prefeitura Municipal de São Carlos.

Veja as duas outras postagens sobre o curso : Introdução e Como fazer composto de pilha

Leia mais sobre as atividades dos Sem Terra e da reforma Agrária em São Carlos, procurando nos MARCADORES, à direita !!


Parte da fazenda Capão das Antas já foi doada a
industriários. Agora, falta outra parte ser destinada para
a Reforma Agrária. Lá é possível um assentamento
ecológico especial, em harmonia com as ricas nascentes
que abastecem de água São Carlos, além de exuberante
biodiversidade. Os sem terra - e futuros assentados -
também poderão contribuir para um Centro de Pesquisas
e um Grande Quintal das Escolas de São Carlos, na
mesma área da fazenda Capão das Antas.
Blog relacionado :

Capão das Antas - blog  A conquista de parte da fazenda Capão das Antas, da prefeitura, para a Reforma Agrária !! -Visite !!



Artigos no Ambiente Social - blog :




Poderes dominantes sobre as famílias dos sem terra

Eliminando preconceitos em relação aos sem terra

Arbitrária reintegração de posse em São Simão-SP

A parcialidade ou imparcialidade nos julgamentos dos juízes

O direito à terra e a inalienabilidade da terra (a terra não poderia ser vendida)