No Brasil e em São Carlos-SP
Em grande parte dos municípios brasileiros é deficiente a proteção que os poderes públicos dão às nascentes e outros corpos d'água. A maioria está com as matas ciliares dos seus rios, riachos, nascentes, lagos e represas devastadas ou inexistentes, necessitando urgentemente de recuperação. Outros municípios permitem a criação de animais de porte andando livremente por nascentes e riachos, importantes para o abastecimento de água às cidades. Vacas e cavalos criam trilhas que dão início a sérias erosões, carreando terra e areia para depois assorearem os córregos e rios, além de exercerem outros impactos negativos a ecossistemas e ao meio ambiente.
A primeira solução não é realizar tímidos projetos de reflorestamento em matas ciliares. É, em primeiro lugar, conscientizar proprietários rurais que devem cercar as medidas definidas em lei para as matas, ou áreas degradadas, dos dois lados de rios, córregos e outros corpos d`água, aplicando sanções quando a obrigatoriedade estiver presente. Em certos casos, pode o poder público custear a operação de cercamento, ou realizá-la em parceria com o proprietário da terra. Desta forma, ganha-se com a recuperação natural de grandes áreas de matas ciliares, além de preservar as nascentes e límpidas águas da erosão e dos corpos pútridos dos animais de porte que vão procurar o frescor das águas para morrerem.
Além do cadáver da vaca na beira do riacho que alimenta boa parte dos reservatórios de água da cidade, observe a erosão provocada pelo gado quando vai beber água |
Outra necessidade é não deixar que criem gado e outros animais na área em questão, aproximadamente 350 hectares, pois também prejudicam os ricos ecossistemas que lá existem, com erosão, pisoteio e disseminação de espécies invasoras exóticas.
Os sem terra e um grupo de estudiosos universitários propõem à prefeitura de São Carlos que implemente naquela fazenda pública um triplo projeto de utilização de áreas públicas em harmonia sócio-ambiental :
- Um pequeno assentamento na modalidade municipal e de princípios agro-florestais, composto de famílias especialmente escolhidas e treinadas para conviverem em harmonia com a exuberante natureza do local e em interação sustentável com os muitos recursos naturais que a área disponibiliza. A proposta é a de uma ecovila agrícola, um modelo de projeto que pode inspirar outros por todo o Brasil.
Este assentamento especial pode ser implementado pela prefeitura, não havendo necessidade de complicadas operações de venda de terras ao INCRA. Veja a Norma de Execução do Incra, de número 37, de 30 de março de 2008 : Projeto de Assentamento Municipal - PAM (procure um pouco além da metade deste PDF)
Quilômetros de extensão de matas ciliares degradadas tem sua recuperação natural impossibilitada pelo constante pisoteio do gado e de outros animais de porte. |
- Uma área pública de educação ambiental, com espaços apropriados à população e principalmente às escolas. Órgão federais apoiam projetos de criação de espaços para educação ambiental. Hortas e pomares didáticos seriam construídos através deste empreendimento, como uma extensão dos espaços verdes e anímicos das escolas (ver mais em : proposta de uma ecovila agrícola).
As famílias dos sem terra, especialmente os acampamentos 3 de Janeiro e 22 de Abril, em legítima ação de cidadania, pelo fato de morarem nas proximidades e observarem os problemas, reiteram a sua preocupação com a devida proteção às nascentes e córregos do Ribeirão do Feijão junto à Prefeitura Municipal de São Carlos e pedem urgentes providências.
A ser divulgado também na mídia local.
Redigido a pedido dos coordenadores do acampamento 3 de Janeiro em 04/julho/2013
Leia mais sobre a contaminação das nascentes por vacas mortas e outros artigos, procurando ao lado, em MARCADORES. Há mais postagens a respeito, em Capão das Antas - blog
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